Foto: Letícia Aragão. Da direita para a esquerda: Friederike Möschel (Diretora do Institut Goethe – Salvador); Christoph Ostendorf (Diretor do CCBA-Recife); Frank Emmerich (Diretor de Ensino do Goethe Institut Salvador); Matthias Makowski (Diretor Regional do Instituto Goethe para a América do Sul); Edvani Lima (Coordenadora pedagógica do CCBA – Recife) e José Ronaldo Ramos (Presidente do CCBA).
Em passagem pelo Recife, os representantes do Instituto Goethe (GI) visitaram o Centro Cultural Brasil Alemanha (CCBA), na tarde da última quinta-feira, 11 de novembro.
Entre visitas ao Consulado Geral da Alemanha (Recife) e pausas para café e bolos de rolo, novas perspectivas para projetos futuros foram pensados fomentando a importância, não somente a nível linguístico-cultural do centro, mas, sobretudo, o papel do CCBA frente às questões relativas ao meio ambiente e mudanças climáticas na cooperação alemã com o nordeste brasileiro.
O Goethe Institut (GI) é um instituto cultural de âmbito internacional da República Federal da Alemanha, cujo pilar fundamental é constituído por três objetivos norteadores: a disseminação da língua alemã, por meio de cursos, provas e projetos em escolas e universidades; o intercâmbio cultural global através de projetos elaborados com parceiros locais e a atualização da imagem da Alemanha no Brasil, principalmente, através da sua plataforma digital.
Diante do contexto pandêmico atual, desafios e novas configurações de ensino foram adotadas pelos centros de idiomas. Os impactos gerados foram, indiscutivelmente, significativos. Se por um lado, muitos colegas de trabalho vieram a ser acometidos pelo vírus, alguns chegando a se recuperar e outros não, por outro lado, um novo modelo de negócio foi desenvolvido. Matthias Makowski, Diretor Regional do Instituto Goethe para a América do Sul pontua que:
“Outro aspecto que nos foi desagradável é que nós não pudemos trabalhar como antes, onde as pessoas podiam se encontrar, ou participar de eventos em nossa casa – Instituto – e que nesse contexto só foi possível virtualmente. No entanto, o aspecto positivo é que nós pudemos aprender o funcionamento deste “negócio” digital. Nós nunca havíamos pensado que poderíamos fazer algo desse formato, mas agora desenvolvemos cursos de língua por meio de uma plataforma digital de videoconferência, eventos e exposições, fazemos empréstimos de livros online. Ou seja, nós aprendemos muita coisa neste período pandêmico. Nesse aspecto, nossos funcionários, por exemplo, não precisam passar, diariamente, uma ou duas horas no trânsito para chegar no Instituto, há dias em que eles podem trabalhar em casa. Talvez essa seja uma vantagem”.
Na região Nordeste, o GI está presente apenas em Salvador – BA, onde desenvolve diversos projetos e intervenções no âmbito cultural, especialmente, por sua atuação enquanto “Residenzinstitut”, cuja proposta é fomentar debates através do intercâmbio entre artistas e atores sociais dos países do hemisfério sul (de três a quatro meses), os quais são incumbidos de realizar projetos nesse âmbito. Além disso, o GI – Salvador tem um papel imprescindível nos debates relacionados à diversidade, à população afro-brasileira e de que forma, estas, podem estar inseridas em contextos diversos como agentes de transformação.
Tais problemáticas também são, segundo Matthias, desenvolvidas nos Institutos localizados no eixo sul/sudeste do Brasil, onde atuam com maior intensidade, porém com uma abordagem diferenciada. Assim sendo, o diretor acredita que, “quando estas temáticas são voltadas somente para a região Sul/Sudeste, não somos capazes de ver que o Brasil é muito mais do que é vivido nestes estados”. Por esta razão, a visita ao Recife, acompanhado por outros representantes do Instituto (Ver foto), se mostrou uma oportunidade para analisar possibilidades futuras no que diz respeito ao papel exercido pelo CCBA no Recife onde este atua como parceiro institucional do GI credenciado para aplicar provas oficiais de alemão, entre outros.
Nos últimos anos o CCBA tem atuado, por meio do seu projeto AGREGA, enquanto um portal da Alemanha para o Nordeste em termos de cooperação para proteção do clima, biodiversidade e sustentabilidade, em especial, através de trabalhos significativos ligados à agroecologia e ao desenvolvimento sustentável em comunidades indígenas, localizadas no semiárido do estado de Pernambuco, e em sua articulação com a sociedade civil.
“Eu acredito fortemente que possamos trabalhar aqui – no CCBA- para que se fique ciente, sobre clima e relações voltadas ao meio ambiente. E este tema deverá ser tratado, não somente a nível Brasil, mas sobre o impacto no gerado no mundo todo”, disse Mathias Makowski.