A exposição CKD – Completely Knocked Down recebe visitantes mais uma vez, a partir desta quinta-feira (23/09), no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam). Às 14h30, uma reabertura simbólica será transmitida pelo Google Meet, com direito a uma visita virtual. A iniciativa é promovida com o intuito de conectar os participantes do Recife, de Bremen e o público.

A mostra foi inaugurada em março de 2020, mas o espaço cultural localizado na Rua da Aurora precisou fechar as portas pouco tempo depois disso por causa da pandemia de Covid-19. Agora, a coletiva realizada com apoio do Centro Cultural Brasil-Alemanha (CCBA) e produzida pela Relicário Produções é retomada pelos seus realizadores com uma nova configuração.

“Tivemos que mudar muita coisa já que o tempo de 21 dias para montar a exposição e ter essa colaboração entre artistas internacionais foi encurtado para uma semana, quando tivemos que voltar às pressas no último voo do Recife para a Europa”, conta Francisco Vaz, artista e idealizador do projeto que atualmente mora na Alemanha. Na ocasião, os artistas ficaram sete dias confinados no museu trabalhando conceitos, discutindo as obras e montando toda exposição sem entender o que iria acontecer dali adiante.  

O conceito da exposição CKD – Completely Knocked Down consistia em uma realização bilateral, sendo programada para acontecer de 23 de setembro a 11 de dezembro de 2021 no Recife e em setembro de 2022 em Bremen (Alemanha). O título se refere a um termo técnico que define um conjunto de partes completamente desmontadas de um único produto. “A ideia é a de juntar gerações diferentes. Como todos os artistas também são curadores, vamos desconstruir um pouco a estrutura de uma exposição”, explica Francisco Vaz.

“A exposição é uma construção coletiva com obras dos artistas locais e fragmentos de obras dos artistas alemães que vieram em um container da Alemanha”. A exposição que vai entrar em cartaz no Mamam é fruto da colaboração de todos os artistas envolvidos, cinco recifenses e quatro alemães:  Paulo Bruscky, Marcio Almeida, Maria do Carmo Nino, Christian Haake, Wolfgang Hainke, Silvio Hansen, Tobias Heine, Francisco Valença Vaz e Rebekka Kronsteiner. “Assumindo a exaustão, começamos a trabalhar pensando em formas de refletir essa situação e construímos um paredão de frases com a estrutura de conversas repartidas de SMS e que não propõem uma narrativa ou leitura dinâmica. Procuramos expor a descomunicação e a quebra de negociações ocasionadas pelo momento que estávamos vivendo”, revela. 

Nesse intervalo de um ano de pandemia e de reformulação da CKD, o projeto sofreu uma grande perda. O artista plástico e poeta visual Silvio Hansen faleceu por causa de um câncer. Silvio foi uma das lideranças ativas da Mail Art (Arte Postal), uma prática artística corrente e intensa nas décadas de 1970 e 1980, antes da propagação da internet como meio de comunicação. “Silvio foi o fio condutor para o projeto no Recife, iniciando nossas primeiras comunicações com o MAMAM e com a nossa produção. Ele oferece aqui uma interpretação onde a troca de postais e seu conteúdo artístico se transformou em uma das bases desta exposição”, lembra Vaz. 

CATÁLOGO

Ao final do período de exposição, será lançado um livro como resultado adicional da colaboração entre os artistas brasileiros e alemães, contendo textos de teóricos da arte de ambos os países. Este nível analítico-artístico é importante para dissecar em detalhe as semelhanças e diferenças das posições dos artistas. Além disso, o livro proporcionará a oportunidade de criação de um conteúdo independente do material exposto.

Além destes textos, o catálogo apresentará fotografias da exposição junto com fotografias do processo de montagem tiradas pela brasileira Roberta Guimarães e da Alemanha, Hannah Wolf. Na Alemanha, a fotógrafa Hannah Wolf registrou a entrada do container no porto e o empacotamento das caixas com as obras. Em Recife, a fotógrafa Roberta Guimarães registrou a chegada das caixas no MAMAM. Esse material será usado também com a documentação do conteúdo apresentado na exposição. 

VISITAÇÃO CKD – COMPLETELY KNOCKED DOWN

 Artistas participantes: Márcio Almeida, Paulo Bruscky, Christian Haake, Wolfgang Hainke, Sílvio Hansen (in memorian), Tobias Heine, Rebekka Kronsteiner, Maria do Carmo Nino e Francisco Valença Vaz

Fotógrafas: Hannah Wolf e Roberta Guimarães

Local: Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães – Rua da Aurora, 265, Boa Vista, Recife – PE.

Início da exposição: A partir de 23 de setembro a 11 de dezembro de 2021

Visitação: Terça a Sábado – 12h às 17h