Vista por mais de 40 mil pessoas, a mostra chega ao Recife após passar pela Europa e Israel

Adaptada do livro da jornalista alemã Hannelore Brenner, a exposição internacional “As Meninas do Quarto 28” cumpre temporada no Recife, a partir do dia 11 de agosto, na Galeria Janete Costa, Parque Dona Lindu. Vista por mais de 40 mil pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília, a mostra, que chegou ao Brasil após passar por diversos países da Europa e Israel, relata o dia a dia de cerca de 50 meninas que viveram por dois anos no campo de concentração de Theresienstadt, na República Tcheca, durante a Segunda Guerra Mundial. Com entrada franca, fica em cartaz até 29 de outubro.

“É tocante ver o poder transformador da arte, mesmo para aqueles que viveram numa realidade tão difícil.”

Karen Zolko

São 50 desenhos e uma réplica de 18m² do quarto em que as crianças judias ficaram aprisionadas, além de painéis com detalhes históricos da época. Dos mais de 15 mil jovens, entre 12 e 14 anos, que viveram no campo de concentração, de 1942 a 1944, somente 93 sobreviveram – 15 deles sobreviventes do Quarto 28.

“Trouxemos uma exposição para o Brasil que emociona muito. É tocante ver o poder transformador da arte, mesmo para aqueles que viveram numa realidade tão difícil. Por todos os lugares que passou, a mostra teve uma excelente receptividade, tem algo humano que ela transmite e que foi inteiramente compreendido pelos visitantes nas quatro edições que fizemos”, explica Karen Zolko, familiar de uma das meninas que habitou o Quarto 28 e representante da exposição no Brasil ao lado da sócia Dodi Chansky.

A situação miserável não foi capaz de abalar os prisioneiros que encontraram na arte uma maneira de sonhar com um futuro melhor. Coube aos professores, compositores e artistas – todos judeus presos em Theresienstadt – manterem a esperança viva na imaginação daquelas crianças.

A artista plástica Friedl Dicker Brandeis foi uma das precursoras nesse trabalho. 

Nos quase dois anos em que esteve presa, a artista conseguiu esconder os 5 mil desenhos dos seus alunos antes de ser levada para Auschwitz, em 1944. Dez anos depois, o material foi encontrado e encaminhado para um museu em Praga, na República Tcheca. Das meninas que passaram pelo Quarto 28, foram encontrados cerca de 500 desenhos – 40 foram selecionados para fazer parte da mostra. Em 2013, a exposição foi escolhida pela União Europeia para a tradicional homenagem realizada anualmente no Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Em 2014, a Organização das Nações Unidas também a elegeu para lembrar as vítimas do genocídio cometido pelos nazistas.

Serviço

“As Meninas do Quarto 28”

  • Abertura: 10 de agosto, às 18h
  • Visitação: 11 de agosto a 29 de outubro
  • Galeria Janete Costa (Parque Dona Lindu) – Av. Boa Viagem, s/n, Boa Viagem
  • Entrada gratuita.

Coordenação de Ações Educativas

Galeria Janete Costa | (81) 3355-9825