Próxima segunda (26/08), o CCBA abre debate no KULTURFORUM sobre a miscigenação da dança e do teatro na arte cênica contemporânea e celebra os 25 anos de trajetória do grupo TOTEM
No próxima segunda-feira, dia 26 de agosto, às 19h, do Centro Cultural Brasil-Alemanha (CCBA) abre espaço para mais um KULTURFORUM, desta vez com o tema “TEATRO, DANÇA E PERFORMANCE – ABORDAGENS A PARTIR DOS 25 ANOS DO GRUPO TOTEM”. Neste encontro informal, que ocorre mensalmente, será a vez de celebrar o aniversário do grupo recifense de teatro-dança com apresentações performáticas e debate com convidados especiais sobre a relação entre a dança e o teatro na arte cênica contemporânea. A entrada é gratuita e aberta ao público.
Na miscigenação entre as linguagens da dança e do teatro fez com que houvesse uma quebra de paradigmas e formação de um importante marco na arte cênica. A diluição entre as fronteiras destas artes, antes distintas, permitiu a mistura e a uma nova maneira de se expressar através das encenações performáticas, de forte linguagem poética. Nesse contexto, o texto passa a ser uma cocriação entre desempenho dos atores-performers que atuam, dançam e dialogam através das expressões corporais. A premiada coreografa e dançarina alemã Pina Bausch foi mestre nessa linguagem. É essa fusão do espaço dramático com o espaço da performance que no Recife, há 25 anos, o grupo TOTEM atua de forma livre, e independente ao mercado, na criação de espetáculos.
Dirigido por Fred Nascimento e Lau Veríssimo, o TOTEM sustenta um arrojado projeto artístico, de mistura de linguagens e mídias, investindo na construção de uma poética própria. O trabalho integra variadas técnicas das artes cênicas (do teatro e da dança), como de outras linguagens artísticas, abrangendo a música, as artes visuais e a performance, resultando em trabalhos híbridos, miscigenados. Em constante atividade, o grupo tem mais de 50 trabalhos produzidos, além da formação artística, que acontece sem financiamentos e suporte de governos ou empresas. Essa postura, propicia liberdade de criação e atuação do grupo.
Nos 25 anos de percurso do TOTEM, destacam-se as encenações performáticas Ita (1991/2003) e Caosmopolita (2005/2009), que serviram de pesquisa para a dissertação de mestrado de Fred Nascimento, diretor do grupo, intitulada Grupo Totem: a infecção pela performance e a encenação performática, na UFRN. Entre outros trabalhos importantes estão quatro grandes performances em work in process: Silência, Rebentum, Ímã e Mita.
CONVIDADOS – Abrindo o espaço para o debate, o CCBA convidou Fred Nascimento (diretor do TOTEM), Carlos Mélo (Artista Visual), Liana Gesteira (Bailarina) e Eduardo Souza (Produtor Cultural). Além da conversa, também haverá apresentação do grupo TOTEM e do Coletivo Loucura Roubada, que participará com a ‘re-performance’ do Totem.
KULTURFORUM – É um espaço de diálogo informal, realizado uma vez por mês no CCBA com representantes da cena cultural de Pernambuco. Em cada edição, busca-se convidar pessoas de eixos temáticos específicos, das artes visuais, artes cênicas, literatura, arte-educação, museologia, patrimônio, cinema, dentre outros. A ideia é criar um ambiente livre e aberto para debates e troca de ideias sobre tendências, questões e experiências contemporâneas.
SERVIÇO
O QUE: Kulturforum – Tema: TEATRO, DANÇA E PERFORMANCE – ABORDAGENS A PARTIR DOS 25 ANOS DO GRUPO TOTEM
QUANDO: 26 de agosto (segunda-feira), às 19h
ONDE: Centro Cultural Brasil Alemanha ( Rua do Sossego, 364 – Boa Vista – Recife/PE)
Entrada gratuita
MAIS INFORMAÇÕES:
– BLOG DO GRUPO TOTEM
http://grupototemrecife.blogspot.com.br/
TOTEM – 25 ANOS – BREVE TRAJETÓRIA
O Grupo Totem surgiu em 1988 com a finalidade de desenvolver um trabalho de pesquisa/investigação cênica, dirigido por Fred Nascimento e Lau Veríssimo, o grupo sustenta um arrojado projeto artístico, de mistura de linguagens e mídias, investindo na construção de uma poética própria. Seu trabalho integra variadas técnicas das artes cênicas (do teatro e da dança), como de outras linguagens artísticas, abrangendo a música, as artes visuais e a performance, resultando em trabalhos híbridos, miscigenados.
Baseado em nomes como Antonin Artaud, Bob Wilson, Peter Brook, Renato Cohen, Rudolf Laban e Pina Bausch, com aportes na filosofia, antropologia e psicologia analítica, o grupo se permite dar continuidade a pesquisas que possam ser instrumentos para seu espaço criador. O teatro ritual é sua base, mas é intensamente infectado pela performance – enquanto principio – e pela dança, no trabalho corporal. Essa contaminação é a fórmula de sua poética na busca de criar uma encenação performática enquanto texto, construção que se dá num sistema aberto de cocriação.
Nas suas performances e espetáculos, o grupo procura a diluição das fronteiras entre as linguagens. Na construção de seus trabalhos, o corpo é tomado como motor da obra, seus atores-performers são cocriadores de seus espetáculos, cujas performances individuais, são amarradas pela encenação, criando uma obra coletiva.
No seu percurso, o grupo conta com mais de cinquenta trabalhos, divididos entre encenações performáticas e performances, que se subdividem em três principais tipos: 1- Encenações de Teatro Performático, criadas para palco italiano, semi-arena e alternativo; 2- Performances híbridas, criadas para espaços alternativos fechados ou abertos; 3- Performances/intervenções urbanas, de forte interação cênico/visual.
O Totem mantém uma constante atividade, que vai além da produção de trabalhos/montagens, e que se mantém ao longo do tempo, é a formação de artistas, que acontece sem financiamentos, sem o suporte financeiro de governos ou empresas. É o tipo de grupo formado por artistas, que trabalham juntos por razões que vão além das questões financeiras, pois algo mais os movem, compartilhando visões artísticas e estéticas. Uma postura oposta ao conceito neoliberal que domina o mercado. Não estar vinculado a governos ou empresas, propicia a liberdade de criação e atuação, vinculadas à filosofia de trabalho do grupo.
Hoje, depois de vinte e cinco anos, o grupo tem consciência de nunca ter feito nenhum tipo de concessão, de não ter aberto mão de seus princípios, a fim de ocupar espaços no mercado de arte. Essa postura lhe conferiu uma ampla liberdade de criação poética, fruto da obstinação de seus integrantes.
A encenação performática
No Totem há uma fusão do espaço dramático com o espaço da performance, pois ao fundir teatro com performance, o grupo coloca aos olhos do público, procedimentos do campo da performance imbricados com procedimentos comuns ao teatro contemporâneo, como o uso de projeções, simultaneidades e uma dramaturgia construída a partir de fragmentos de textos. Quando falamos de encenação performática, nos referimos principalmente à maneira como o texto espetacular é criado. Acaba se constituindo uma não delimitação de território entre as duas linguagens, o teatro e a performance. Uma linguagem que gera impulsos de energia, fluxos, espasmos, estados emocionais, outra ordenação de signos, que rompe paradigmas e busca colocar a encenação no campo conceitual que trata do que vem a ser ‘texto’ no teatro.
Durante sua trajetória o Totem conta com mais de 50 (cinquenta) trabalhos no seu histórico, dois dos quais, Ita (1991/2003) e Caosmopolita (2005/2009), serviram de pesquisa para a dissertação de mestrado de Fred Nascimento, diretor do grupo, intitulada Grupo Totem: a infecção pela performance e a encenação performática, na UFRN. Na qual traça um panorama da infecção pela performance sofrida pelo grupo, a influência de Antonin Artaud, o corpo ancestral/aminal trabalhado em Ita, e o corpourbano, cosmopolitanopresente em Caosmopolita.
Totem contemporâneo
No ano de 2012 o Totem desenvolveu o projeto de pesquisa A Performance do Humano: da pedra ao caos, baseado em rituais de morte, nascimento, passagem, casamento e fertilidade/colheita. Um aprofundamento na interpenetração entre teatro – ritual – performance, um ato de re-ligare com a ancestralidade e a ritualidade, que estão na base do pensamento e da poética do Totem, que busca criar um espaço-tempo ritualístico, pautado pelo afastamento da representação, do ativar forças e intensidades através do corpo e afetar as pessoas, como profetizou Antonin Artaud.
Durante a pesquisa foram criadas quatro grandes performances em work in process, Silência, Rebentum, Ímã e Mita, futuros espetáculos de estrutura risomática que aponta para uma constante metamorfose. Todos eles são também, uma reflexão acerca da existência, o grupo Totem promove e assume a valorização da ancestralidade perdida, através da evocação de arquétipos e mitologias pessoais, favorecendo a transformação pessoal e a reorganização interna dos seus artistas e do seu público. Essa é sua performance do humano: da pedra ao caos.
Em 2013 o Totem completa 25 anos de atuação, seus integrantes etão ministrando a Oficina Corpo Ritual, e também está em processo de construção de Nem Tente, uma livre licença poética do universo de Charles Bukowski.
O Totem é formado por Fred Nascimento, Lau Veríssimo, Juliana Nardim, Gabi Cabral e Tatiana Pedrosa. As atrizes-performers Inaê Veríssimo e Gabriela Holanda, no momento estão afastadas, por motivos particulares.
A música do Totem é feita por Fred Nascimento, Cauê Nascimento e Mário Sérgio de Oliveira. Nossas paisagens visuais, cenografia, nos últimos trabalhos foram assinadas por Eduardo Souza e Airton Cardim. Nosso designer é Uirá Veríssimo. A preparação corporal fica á cargo de Lau Veríssimo, e Fred Nascimento assina a direção/encenação.
CONTATO: grupototem@hotmail.com