As produtoras recifenses Dora Amorim e Thaís Vidal participam nesta segunda-feira (21/10) do Kulturforum. O bate-papo promovido pelo Centro Cultural Brasil-Alemanha (CCBA) segue, neste mês de outubro, o tema Festivais de cinema, formatos e financiamento. O encontro começa às 19h e é aberto ao público.
Na ocasião, o diretor do CCBA, Christoph Ostendorf, formaliza o apoio do centro cultural ao festival Janela Internacional de Cinema do Recife. Os R$ 5 mil já foram registrados na campanha de financiamento lançada pelos organizadores do evento na plataforma Benfeitoria no intuito de viabilizar a edição 2019.
Dirigido pelo cineasta Kleber Mendonça Filho e a produtora Emilie Lesclaux, o Janela será representado no Kulturforum por sua diretora de produção, Dora Amorim. Ela e Thaís Vidal estão à frente da Ponte Produções – responsável por filmes como Bloqueio (2018), de Victoria Alvares e Quentin Delaroche; O Delírio é a Redenção dos Aflitos (2016), de Fellipe Fernandes; e A Seita (2015), de André Antonio.
THAÍS VIDAL – ENTREVISTA
Já Thaís Vidal integra a equipe do MOV – Festival Internacional de Cinema Universitário de Pernambuco, que também contou com o apoio do CCBA em 2019. Um dos filmes exibidos foi Une Jeunesse Allemande, de Jean-Gabriel Périot, sobre revoltas da geração pós-guerra no final da década de 1960 e a fundação da Facção do Exército Vermelho (RAF). O documentário participou da mostra Panorama do Festival de Berlim 2015.
“Esse ano tivemos filmes com teor político forte, construindo um diálogo entre educação e cinema e as perspectivas de novos paradigmas. Pudemos ver, pelos filmes e realizadores, como a cara do cinema dentro da universidade está mudando, está diversa e com representatividade, que são frutos dos governos anteriores e de políticas assertivas no sentido de diversidade”, afirma Thaís Vidal.
“Acredito que o festival foi potente por ocupar um cinema de rua (Cinema São Luiz) com tantos filmes fortes, políticos e universitários. Fazer nosso trabalho é resistência nos dias de hoje e poder ver filmes e debater com os estudantes, profissionais da área e público, nesse momento, foi sem dúvida muito incrível!”, continuou a produtora, que é ex-aluna do CCBA.
O interesse de Thaís Vidal pela cultura alemã começou quando ela era estudante de Jornalismo. “A partir daí decidi buscar o curso do idioma, foi quando comecei a estudar no CCBA e fui me identificando cada vez mais com o estudo da língua. O espaço que o CCBA cria para integração dos alunos com o país também possibilitou um crescente interesse”, lembra ela.
O surgimento do próprio MOV, explica Thaís Vidal, está relacionado a oportunidades de troca cultural. “A partir da experiência de Amanda Beça, Vinicius Gouveia e Txai Ferraz de intercâmbio, eles na França e ela na Alemanha, surgiu o interesse de promover esse espaço no Recife para acesso aos diversos filmes universitários produzidos no Brasil e fora do país. Fui convidada por eles para integrar a equipe e começamos a conceber juntos o festival, que foi evoluindo a cada ano como janela de exibição de filmes e como espaço de debate e formação no cinema”, conclui.