A união da dança com a tecnologia digital é o tema da conversa entre os participantes da próxima edição do Kulturforum, que é um encontro realizado periodicamente pelo Centro Cultural Brasil-Alemanha (CCBA). Na segunda-feira (19/11), às 19h, as fotógrafas e videoartistas Vanessa Alcantara e Marina Mahmood falam sobre o tema Processos de Criação de Videodança. O encontro é aberto ao público e na ocasião será inaugurada uma mostra do Laboratório de Performance Urbana do CCBA (LPU), intitulada Inspirações em Videodança. A entrada é gratuita.
Participam do bate-papo, mediado por Fernanda Capibaribe, os artistas Alexandre Salomão (PE), Filipe Marcena (PE) e Katerina Valdivia Bruch (Peru/Alemanha) – esta última por videoconferência. A escolha do tema para este Kulturforum e a organização da mostra fazem parte do apoio dado pelo CCBA ao Guiar – Festival Internacional de Screendance, evento que ocorreu no Recife de 9 a 13 de outubro.
VIDEODANÇA COM KATERINA BRUCH
Idealizador do festival, o bailarino André Aguiar foi um dos alunos do workshop de videodança Os Espaços no Próprio Corpo – Aproximação à Arquitetura Através da Dança, ministrado no CCBA por Katerina Bruch em 2016. O LPU formou-se a partir dessas aulas. “Foi uma rica experiência que possibilitou irmos a quatro patrimônios culturais e experimentarmos da ideação à pós-produção de videodanças em três dias”, recorda o artista.
Ele explica que o termo screendance foi escolhido para o nome do Guiar porque o festival abraça diversas experiências de dança com telas, a exemplo das que incluem a utilização de jogos e softwares. Com o evento, André busca conectar profissionais dos setores audiovisual, da dança e da tecnologia, além de fomentar e difundir suas criações.
“É interessante que esta primeira edição aconteça no Recife. O Nordeste brasileiro possui praticamente um terço dos grupos de dança deste país. Segundo o IBGE (2006), 56,1% dos municípios brasileiros possuem grupos artísticos de dança, dos 3.123 grupos de dança existentes no Brasil, 1.026 grupos estão localizados na região Nordeste. Sendo essa a segunda manifestação artístico-cultural mais disseminada no Brasil”, destaca o artista.
“A dança é patrimônio imaterial da humanidade, por isso, seu compartilhamento de saber se deu principalmente ao vivo. Queremos incentivar a criação e difusão de mais registros da dança porque nela o ser humano consegue fazer coisas incríveis consigo mesmo, aprender mais sobre arte, educação e saúde. Perceber belezas na diversidade de movimentos, valorizar o efêmero, as relações do corpo com consigo, o outro e o meio. Se inspirar com o que é indizível em palavras, tanto que você só saberá dançando”, continua André.
GUIAR
Como parte da programação do Guiar, uma mostra competitiva de videodança foi promovida no Cinema São Luiz, no bairro da Boa Vista. Além dela, estavam previstas apresentações de performances ao vivo pelo site do evento, uma mostra não competitiva, oficinas e debates. Realizado com apoio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), o Guiar estabeleceu uma parceria com a Rede Monalisa, que conecta transexuais ao mercado de trabalho. Os organizadores do evento buscaram contratar transgêneros para legendar os filmes em inglês e português.